A UTILIZAÇÃO PSICOTERAPÊUTICA DO RELAXAMENTO ATRAVÉS DO TREINAMENTO AUTóGENO

 

(CAPITULO IV)

 

Dr Bernard Auriol

 

 

 



 

Dando continuidade à obra de Freud (embora concentrando se em suas primeiras descobertas sobre a hipnose, a catarse e o sonho), Schultz e muitos outros, paralelamente ou em seguida a ele, utilizaram o relaxamento físico para favorecer o surgimento de imagens, de sensações e de emoções relacionadas com a problemática inconsciente do cliente. Esse material é geralmente retomado por um trabalho de elaboração face a face, que visa a permitir uma socialização desses conteúdos e experiências, em uma rela­ção com o terapeuta semelhante à que existe nas psicoterapias de orientação psicanalítica (P.O.P.).

 

1. 0 CICLO SUPERIOR DO TREINAMENTO AUTóGENO (T.A.)

 

Schultz propõe o ciclo superior apenas após dois anos de prática do primeiro ciclo. Ele insiste na necessidade de que este ciclo superior seja conduzido por um analista. No estado atual da psicoterapia e da psicaná­lise, parece prudente dizer: “ Será competente aquele que tiver vivenciado uma terapia pessoal suficientemente prolongada e profunda (do tipo ana­lítico ortodoxo ou não), uma experiência de relaxamento suficientemente profunda e prolongada (pelo T.A. ou outra técnica) e uma experiência pro­funda de imagética mental pessoal (por qualquer das técnicas já citadas)". Estas condições me parecem necessárias e suficientes para permitir que qualquer pessoa (naturalmente, com o mínimo de conhecimentos teóricos, de que os diplomas universitários não são uma garantia nem necessária nem suficiente) utilize o segundo ciclo do T.A., ou outra das técnicas a que me refiro na seqüência deste capítulo.

 

Descrição

 

Ao indivíduo que consegue relaxar imediatamente, pede se que olhe para o alto e para o meio, fixando o centro da testa [1] , a fim de favorecer uma desconexão orgânica ainda mais total. 0 paciente então deve deixar surgir em sua imaginação uma cor "qualquer" (descoberta da cor própria). Em seguida o terapeuta intervém para propor outras cores; depois, visua­lizações de objetos concretos, cotidianos. Depois são propostos temas abs­tratos: “a Felicidade", "o Amor", "a justiça", etc. Em seguida incentiva se o indivíduo a imaginar uma experiência que represente o estado de alma mais intenso e mais desejado [2] . Sugere se então a visualização de uma pessoa amada, de uma neutra e de outra detestada. Depois, uma visualização de si mesmo ou de sua própria ação, a fim de determinar "o que faço de errado". Finalmente, "questiona se" o inconsciente a respeito de um certo número de "valores existenciais", extraindo daí o lema que levará a pessoa a se realizar e se desenvolver.

 

2. TÉCNICA DE VIREL (ONIROTERAPIA)

 

A esse processo acima descrito assemelha se a técnica de imagética mental, de Virel e Frétigny, que seus autores' [3] resumem assim:

Utilizam se "ciclos semanais ou bimensais" que compreendem três fases:

1. Uma fase "maiêutica" reservada à discussão “analítica";

2. Uma fase onírica que se subdivide em período de relaxamento (tipo T.A.) e período de imagética mental (onírodrama);

3. Uma fase de maturação que separa duas sessões sucessivas, e durante a qual o paciente se defronta com a realidade e com as ordens do terapeuta.

Na verdade, tal técnica pouco difere da técnica do "Sonho Acordado Dirigido de Desoille" (R.E.D.D).  Rêve Eveillé Dirigé de Desoille). 0 fato de Virel e Frétigny terem rompido com o grupo do Sonho Acordado parece explicar se, como freqüentemente nos círculos analíticos, por ambição de prestígio pessoal (ser chefe de urna "Escola”).

 

 

3. 0 R.E.D.D.

 

Pode se portanto aproximar do segundo ciclo do T.A. e da técnica Virel o Sonho Acordado Dirigido de Desoille, a quem, aliás, Virel deve sua formação pessoal. 0 Sonho Acordado nasceu da associação entre um engenheiro (Desoille) apaixonado por psicologia e um coronel (Caslant), portador infiel de técnicas tibetanas de Ioga [4] .

No desenvolvimento do R.E.D.D. alternam-se dois tipos de sessões:

a. sessões de divã

b. sessões de poltrona.

 

a. Sessões de divã (em relaxamento, que se aprofunda graças à imagética mental).

 

0 terapeuta propõe (ou não) um tema de partida, isto é, verbaliza uma imagem inicial da qual existe um catálogo de temas padrão; porém um grande número delas será específico do cliente em questão. Este é levado, por técnicas simples, a especificar o mais possível sua imagética. É incen­tivado a se movimentar em meio a essa imagética. Freqüentemente, durante a sessão o terapeuta propõe que ele percorra o eixo vertical dela. Constata­se que numerosos clientes são extremamente limitados com relação a esse eixo. As resistências a vencer não dizem respeito apenas ao eixo vertical, mas também a outras dimensões do espaço, a certos tipos de imagem, etc. Eu pessoalmente formulo a hipótese [5] de que o percurso desse eixo remeteria ao espaço corporal considerado sob o ângulo de centros energéticos super­postos, tais como descrevem a Ioga e a Bio energia (Reich Lowen), sobre os quais podem ser propostos diversos exercícios em correlação com as sessões. É procedimento clássico pedir ao cliente um resumo escrito (ou desenhado) no intervalo entre duas sessões.

 

b. Sessões de poltrona

 

Geralmente é dedicada a associações referentes ao entrecho do R.E.D.D.: relatos de sonhos, de acontecimentos da vida cotidiana, de lembranças menos ou mais antigas, de reações com relação ao terapeuta, etc.

Em geral, o racional predomina sobre o onírico. Em termos práticos, geralmente basta uma sessão semanal para obter uma evolução tal que a pessoa decide terminar a experiência após um período cujos extremos se situam entre 6 meses e 6 anos, estando a média por volta de 2 a 3 anos. Existem critérios objetivos que permitem definir a etapa de tratamento em que se está no momento. Esses critérios não são os da psicanálise, embora autores recentes costumem se referir à teoria freudiana e a seus desdobra­mentos. Desoille descreve uma evolução do entrecho em três etapas:

1. fase das imagens pessoais que fazem referência direta à vida do indivíduo, às suas lembranças, à sua problemática consciente;

2. fase das imagens míticas que remetem ao mundo das fábulas, do conto de fadas, do folclore, e que às vezes ultrapassam o indivíduo;

3. fase das imagens místicas, de luz, sem conteúdo preciso. Campo de sentimentos universais ou oceânicos. "A existência dos tipos de repre­sentação descritos (imagens míticas e místicas) apresenta grande interesse para a psicoterapia. A experiência mostra, com efeito, que é ao nível das imagens da fábula que a ação do psicoterapeuta é mais eficaz; e que, se o indivíduo deseja cultivar ao máximo suas tendências mais generosas (socialização dos instintos), é ao nível das imagens místicas que ele desco­brirá suas possibilidades nesse campo [6] . É aí que chegamos, pela outra extre­midade por assim dizer, ao relaxamento, pois se uma certa descontração é uma prévia e uma condição do R.E.D.D., o desenrolar do tratamento oca­siona seu aprofundamento até esse quarto estado de consciência feito de unidade, totalidade e felicidade, do qual já falamos anteriormente.

A técnica do R.E.D.D. provoca um certo número de alterações fisio­lógicas, mas os estudos a respeito são muito raros. R. Desoille escreve a respeito de indivíduos que obtêm, no decorrer da sessão, imagens "místi­cas". Diz ele:

“Realizei algumas mensurações em indivíduos muito treinados, mas que devem ser considerados indivíduos normais. Essas mensurações mos­traram:

 uma pequena queda da temperatura retal após uma sessão de uma hora (aproximadamente um a dois décimos de grau centígrado);

- regularização e diminuição do ritmo da pulsação;

- diminuição do ritmo respiratório;

- queda do metabolismo respiratório; pode chegar a ser de 15 a 20% em um indivíduo muito treinado”.

 

E Desoille prossegue:

 

"Portanto, durante a sessão ocorre uma diminuição de ritmo na vida vegetativa do indivíduo, semelhante à que se constata durante o sono pro­fundo. Assim, pode se afirmar que durante a sessão, embora absolutamente não esteja dormindo, o indivíduo encontra se em um estado vizinho ao do sono, o que já explica em grande parte o efeito sedativo do R.E.D.D. experimentado pelo indivíduo, exceto nas raras sessões em que ele passa por fortes emoções (cerca de 5% em média, quando muito). A esse estado, como na hipnose e no sono, deve pois corresponder uma inibição menos ou mais acentuada do córtex. Compreende-se assim que, no decorrer de um R.E.D.D., certas conexões temporárias  como as mencionadas por Pavlov em sua descrição do processo nervoso da percepção  sejam momentaneamente rompidas, o que conduz a uma crescente simplificação das imagens. Mas é sobretudo a ação de frenagem do córtex sobre os centros subcorticais que se reduz, o que proporciona liberdade de expressão dos sentimentos, constatada em todos os indivíduos. Pode se compreender assim os motivos que tornam necessário um treinamento progressivo para se atingir esse resultado por meio de uma atividade nervosa nova, que não é nem a do sono profundo, nem a do estado normal de vigília, mas cujo controle o indivíduo conserva através da lembrança exata que tem dela depois.

 

Para obter uma lista de terapeutas do R.E.D.D., dirigir se ao G.I.E.R.E.D.D.: Rua Vaugirard n.° 80, 75006, Paris, que publica pela Editora Privat a revista Etudes Psychothérapiques [7] .

 

4. UTILIZAÇÃO DO T.A. EM ANÁLISE

 

P. Geissmann utiliza a produção imagética do T.A. em uma perspectiva psicanalítica. Sua técnica assemelha se à do R.E.D.D., exceto que o caráter diretivo é abandonado e também que o indivíduo é incentivado a efetuar sessões sem o terapeuta (eventualmente diante de um gravador). Na mesma linha do segundo ciclo do T.A. existe um conjunto de técnicas que me limito a enumerar:

 o drama simbólico (ou visões catatímicas experimentais de Rechen­berger),

 a narco análise (o segundo estado é obtido quimicamente e só podem ser feitas algumas sessões), utilizada sobretudo para superar dis­túrbios provocados por um choque intenso, brutal e recente;

 a hipno análise (o relaxamento é substituído por um estado de hipnose).

 

5. A HIPNOSE ATIVA GRADUADA (E. Kretschmer e D. Langen) [8] .

 

Nessa técnica, obtém se o relaxamento por meio de peso e calor (Schultz); depois ele é aprofundado pela fixação no polegar do médico (como na hipnose). Paralelamente, uma análise dos conflitos e de sua psi­cogênese, conduzida de maneira diretiva, permite descobrir fórmulas aforís­ticas (que são então utilizadas durante o estado hipnótico obtido). Mais tarde, o paciente executará sozinho a desconexão e utilizará sem ajuda do terapeuta a fórmula memorizada. Kretschmer não hesita em empregar em sua psicoterapia pequenas doses de insulina ou uma terapia de sono com o uso de neurolépticos, especialmente nos casos de neurose obsessiva.

0 método de hipnose ativa graduado apresenta resultados especial­mente interessantes em alcoólatras inveterados. Essa técnica é recomendada também para certos estados chamados "borderline" (no limite da psicose).

 

6 A REEDUCAÇÃO PSICOTONICA DE DE AJURIAGUERRA [9]

 

De Ajuriaguerra e seus colaboradores empreenderam em nível tera­pêutico a utilização do diálogo tônico emocional que, pela forma de rela­cionar o relaxador e o cliente, evoca essa primeira troca de tensões e de expansões com que o bebê se manifesta à mãe. A criança insatisfeita se contrai até as lágrimas; saciada, expande se até o sorriso feliz. Mais tarde, ela expressará seus desejos, rejeições e temores por meio de tensões muscu­lares mais localizadas.

Na reeducação psicotônica, as resistências à expansão são encaradas como "defesas", no sentido psicanalítico do termo; e sua elaboração, e depois sua sedação, conseguem fecundas recomposições da personalidade. Schultz descreve [10] o caso de um de seus alunos, "para o qual todo o Treinamento foi a expressão de uma reação negativa. A revelação analítica. de seu ódio contra o pai resultou em um novo equilíbrio", que lhe permitiu a aprendizagem da descontração.

Esse tratamento será especialmente recomendado às pessoas que têm tiques, aos gagos e aos hiper emotivos.

0 terapeuta procura fazer com que o paciente se sinta "compreendido e aceito como ele é, e depois como ele gostaria de ser reconhecido".

 

7. UTILIZAÇÃO PSICANALITICA EM GRUPO

 

Sapir [11] e seus amigos utilizam uma técnica de grupo em que um casal de relaxadores emite uma indução verbal abundante, variada, adaptada às circunstâncias. 0 tom de voz, o caráter maternal fazem com que este método se assemelhe à sofronização (Treinamento Autógeno Modifica­do). Há uma diferença pequena, porém importante: na sofronização os relaxadores dão grande importância à teorização psicanalítica dos estágios pré verbais do desenvolvimento infantil. Jarreau e Klotz [12] empregam um método próximo ao de De Ajuriaguerra, cuja eficácia (inegável) não se apóia em uma elaboração teórica do tipo psicanalítico. Ele parece mais fácil de ser divulgado e utilizado por um grande número de terapeutas.

 

8. TÊCNICAS REICHINIANAS E NEO REICHINIANAS

 

A corrente californiana, muito influenciada por W. Reich (que foi responsável pela “técnica analítica" antes de sua ruptura com o mestre vienense) emprega não somente a associação livre (dizer tudo) como tam­bém técnicas corporais (massagens, pressões, movimentos, posturas, respi­rações, reflexos neurovegetativos, etc.), destinadas a expressar conteúdos inacessíveis à técnica clássica. A transferência é menos valorizada que a catarse, e o calor do terapeuta freqüentemente substitui a "neutralidade" clássica. Tais técnicas poderiam ocupar neste livro um lugar de destaque, mas para tanto eu precisaria destinar lhes um espaço tão grande que os métodos "curtos” de relaxamento acabariam relegados a algum subcapítulo.

É preferível procurar diretamente as obras que tratam desse assunto; por exemplo, a de A. Ancelin Schutzenberger e J. M. Sauret, Le corps et le groupe (Privat, 1977), ou então as obras de Reich, Lowen, Janov e Perls [13] .


 

 

Autores ou escolas

Bases da relação do relaxamento

Tipo de abordagem

corporal

Progressão do

tratamento

Objetivo explícito do

tratamento

SCHULTZ

- indução e controle

- sugestão e verbalizarão

segmento por segmento,

para chegar à unidade

do corpo

 

2 ciclos:

- ciclo inferior

6 exercícios

- ciclo superior

7 exercícios

- desconexão do organismo

- estados autentica­

mente sugestivos

JACOBSON

Ordens e controle

"relaxamento diferencial” segmento por

segmento

- relaxamento geral

profundo

 relaxamento

diferencial

- descondicionamento

para uma "inibição

DE AJURIAGUERRA

Análise das resistências

através do "diálogo

tônico"

diferente segundo a

fase do tratamento

 relaxamento diferencial de Jacobson

 primeiros exercícios

do ciclo inferior

do Treinamento

Autógeno de Schultz

 

relaxamento físico e psíquico, graças ao princípio de

"solidarie­dade tônico emocional"

SOUBIRAN

princípio de não diretividade. Controle

objetivo

apreensão do corpo em

sua globalidade

as etapas do tratamento são as experiências

sucessivas do paciente

princípio de não 

diretividade)

aprendizagem do con­trole tônico emocional visando a um descon  dicionamento

 

SAPIR e influência

da psicanálise

Análise da situação de

transferência em

relaxamento. Indução

múltipla

 

ciclo inferior do Treinamento Autógeno e progressão da relação

terapêutica

restruturação da imagem

do corpo, retomada

simbólica da vivência

corporal

G. ALEXANDER

relação de grupo

 

em direção da liberdade dos movimentos

corporais

bem estar físico eeconomia" de movi­mentos

 

Objetivos comuns:

Descontração muscular e relaxamento psíquico.

Efeitos terapêuticos da reestruturação do esquema corporal.

 

Comparação das técnicas usuais de relaxamento

Segundo J.C. COSTE, Les 50 mots clefs de Ia Psychomotricité, Privat, 1976, p. 129~to físico e

 

 

 

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Psychosonique Yogathérapie Psychanalyse & Psychothérapie Dynamique des groupes Eléments Personnels

© Copyright Bernard AURIOL (email : )

 

19 Mai 2002

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



[1] Na direção do local do "terceiro olho", centro Ajna da ioga, onde se estabele­ceria a ligação entre o discípulo e seu Mestre espiritual (Guru). Durante a anal­gesia pela acupuntura é vantajoso, como mostram os médicos chineses, massa­gear vigorosamente este ponto. No "rebirth", pode ser útil agir da mesma forma. Convém lembrar também que auxilia muito a hipnose pedir ao cliente que fixe um ponto próximo, central, acima dos olhos (por ex.: o, polegar do hipnotizador, um objeto brilhante, etc.).

[2]  "Recherche du sentiment propre": cf. GEISSMAN e DURAND DE BOUSIN­GEN, op. cit., p. 36.

[3] R. FRÉTIGNY e A. VIREL, L’imagerie mentale, Mont Blanc, 1968.

[4] E. CASLANT, Le développement des Facultés supra normales, Véga, 1950; Evans WENTZ, Le livre des morts thibétains ou Bardo Thõdol, Maisonneuve, Paris, 1970; Anagarika GOVINDA, Les fondements de Ia mystique thibétaine, Albin Michel, 1960; Evans WENTZ, Le Yoga thibétain et les doctrines secrètes ou Les sept livres de Ia Sagesse du Grand Sentier, Maisonneuve, 1970.

[5] B. AURIOL, "Yoga et R.E.D.D.", in Cahiers de l’Institut du Rêve Eveillé Dirigé, n.° 2, dez. 1977, p. 47; F. Belmain, "A propos de Ia communication sur le Yoga", mesma referência, pp. 48 49.

[6] R. DESOILLE, Théorie et pratique du Rêve Eveillé Dirigé, Mont Blanc, 1961, pp. 44 45 e s.

[7] Esta revista é fortemente influenciada pela autoridade de Freud e Lacan, a que se submete em grande escala.

[8] E. KRETSCHMER, "Hypnose fractionnée active", in La Relaxation, Expansion, 1964, 3.a ed., pp. 299 308; D. LANGEN, "Méthode de l'hypnose active graduée", in La Relaxation, op. cit., pp. 37 48.

[9] J. DE AJURIAGUERRA e col., "Tonus corporel et relation avec autrui", in La Relaxation, Expansion, op. cit., pp. 241 298.

[10] SCHULTZ, in Le Training Autogène, op. cit., 3.a ed. fr., 1974, p. 111.

[11] M. SAPIR, La Relaxation: son approche psychanalytique, Dunod, 1975.

[12] R. JARREAU e R. KLOTZ, "Méthode de relaxation analytique", in La Rela­xation, op. cit., pp. 25 37; cf. também J.C. BENOIT e col., 'L’abord corporel thérapeutique à partir de l'Autogène Training de Schultz", in Actualités psy­chiatriques, 1, 1978, pp. 8 17.

[13] W. REICH, La fonction de l’orgasme, L’arche, 1970; L'analyse caractérielle, Payot, 1971; A. LOWEN, La dépression nerveuse et le corps, Tchou, 1976, Le Plaisir, Tchou, 1976; La Bioénergie, Tchou, 1977; A. JANOV, Le cri primal, Flammarion, 1975; F. PERLS Rêves et existence en Gestalt Therapy, Epi, 1972.