Relaxamento : INTRODUÇÃO

Dr Bernard Auriol

 

Este livro nasceu de meu tabalho cotidiano. Recebendo pessoas à procura de urna Psicoterapia, de uma solução para seus problemas, para sua angústia ou depressão, adquiri o hábito de esboçar lhes muito sucinta. mente o panorama dos métodos utilizáveis, a começar pelo relaxamento, e reservando para urna etapa posterior (em caso de necessidade ou a título de aprofundamento) o tratamento psicanalítico'. Freqüentemente, ele não é coberto pela Previdência Social; exige sempre um grande investimento de tempo, dinheiro, locomoção; além disso, seus resultados são às vezes discutíveis. Na minha opinião, muitas pessoas podem evitar recorrer a ele, a menos que tenham interesse em fazê lo.

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As páginas seguintes mostrarão que existem processos variados e eficazes para conseguir o relaxamento. Entretanto, sozinhos eles não são completos: é indispensável pesquisar as causas dos problemas. Tais causas são geralmente classificadas em três categorias:

1. genética (o que se deve à hereditariedade);

2. histórica (o que acontece desde o nascimento, e que pode ser abordado de diversos ângulos:

3. situacional (as circunstâncias atuais, com o que apresentam de agressivo ou de tranqüilizante).

Isto sem mencionar explicações metafísicas (pecado original, ciclo de mortes e renascimentos, influências astrais, etc.), que fogem ao interesse da pesquisa científica atual.

É muito curioso constatar (2) que, se o tempo médio de vida do, homem atual é muito superior ao de antigamente, isto se deve quase unicamente à redução da taxa de mortalidade infantil. É também a mortalidade infantil que faz a diferença entre nações pobres e nações ricas (excluindo se a fome e as guerras). Assim, como não questionar o progresso real conseguido no campo da saúde?

Entretanto, analisando se separadamente cada doença, o progresso é considerável, tanto a nível preventivo como curativo. Como explicar então que, a nível global, o benefício seja tão insignificante? É provável que tenhamos trocado algumas agressões por outras, contra as quais não estamos tão bem armados. A tuberculose está desaparecendo, mas o câncer se multiplica. A fome não mata mais nos países ocidentais, mas as doenças de sobrecarga ganham terreno. 0 próprio progresso vem acompanhado de inconvenientes: o automóvel vai mais depressa que a charrete, mas mais freqüentemente do que ela nos conduz ao hospital ou ao cemitério. A poluição por gasolina é mais repugnante e mais tóxica do que o esterco de cavalo. A vida parece mais rica, é mais rápida; tudo está ao alcance do homem, exceto a profundeza de sua própria pessoa. Somos competentes em tudo; mas não sabemos fazer as coisas más simples e mais fáceis, como dormir, andar ou não fazer nada ...

Já não existem razões de viver que sejam reconhecidas por todos; e alguns, não encontrando saída, matam se ou se entregam aos tóxicos. Talvez o cidadão da Idade Média não soubesse o bastante; nós sabemos demais. 0 excesso de informações não permite que elas sejam assimiladas pela reflexão, pela fantasia, pela discussão, pelo sonho. Não temos mais nem tempo nem meios de discernir, em nosso círculo e em nós mesmos, em nossos desejos, entre o que nos é favorável e o que nos é hostil. E entretanto estamos sempre à procura de sensações, e sensações cada vez mais fortes. As sensações nos dão a impressão de que existimos mais, de que estamos mais vivos; e realmente elas nos trazem energia. Mas, a partir de um certo limite, elas nos suplantam e nos esgotam. Então apelamos para novas sensações ainda mais fortes, e está acionado o círculo que vai da excitação ao tédio, do tédio à excitação ' ...

Essa indigestão de mensagens e de impulsos transforma nos em viajantes bem lastimáveis, cuja bússola se agita inutilmente em meio à tempestade magnética. No momento, a grande necessidade de nossa época é silenciar o barulho e o vozerio, relaxar o que está tenso devido a perigos eventuais, acalmar o, que se agita, respirar!

Vamos agora examinar precisamente a origem imediata de nossas tensões: a agressão pelo stress.

Veremos em seguida o estado oposto ao do stress: o relaxamento.

Depois tentaremos percorrer o vasto campo das técnicas que existem para proporcionar esse estado de descontração, esse antídoto para o stress.

Por último, convém fornecer alguns pontos de orientação, que permitirão a cada um determinar qual é a técnica mais adequada para suas necessidades pessoais.

 

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NOTAS

(1). Esse método tira proveito do relaxamento quando é aplicado em seguida a ele, ou mesmo simultaneamente.

(2). Fontes INED e OMS

(3). Cf. "Le moulin des sensations" de H. Bloomfield, in Conférence internationale de M.E.R.U., 21.3.1976, em Weggis (Suíça).

 

Desejo agradecer a meus clientes e amigos. Agradeço particularmente a colaboração direta de: M. Widmer (datilografia), F. Heim (Métodos Wolpe e Jacobson), P. Vern e R. Solano (Sofrologia), M. Ginoulhac (Rolfing), R. Fourasté e A. Cros (0 stress), F. Jofre e A. Besbès (Acupuntura, Horneopatia), M. Chompré (M.T.), G. Ousset (Correção). Agradeço àqueles que me possibilitaram um posicionamento pessoal em meu campo de trabalho: Durand de Bousingen (Treinamento Autógeno), Dr. H. Chambron e Sra. Faillol (Sonho Acordado Dirigido), J. Donnars (Sofrologia), L. Sheleen (Jacobson), P. Cantéro, G. Pigasse (Eutonia nos estágios C.E.M.E.A.), G. Grindes Rateau e R. C. Poinçon (Hatha Yoga), J. P. Banquet, A. Masseron e Maharishi (Meditação Transcendental), Malika e Bernard (Tai Chi Chuan e Ai Ki Do), Dr. M. Ginoulhac (Rolfing), A. Tomatis e Sra. (Áudio psicofonologia), Dr. M. J. Bay1in, M. Sokoloff (Rebirth).

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Psychosonique Yogathérapie Psychanalyse & Psychothérapie Dynamique des groupes Eléments Personnels

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10 Décembre 2001